Riscos e paradoxos do ensino do yoga

O primeiro e maior risco de ensinar yoga é permitir que o estudante acredite que realmente tem algo a aprender fora de si mesmo, isto é, não deixar claro ao estudante que todas as técnicas e discursos são «o dedo que aponta a lua», não a lua. Obviamente, o risco é muito maior para o estudante do que para o professor, que, no máximo, expõe-se à chance de ser tomado como figura hierárquica importante, como linha principal de transmissão de um conhecimento que, na verdade, não vale a pena ser absorvido se não vem da própria experiência consigo mesmo. Já o estudante expõe-se ao risco do deslumbramento, da repetição psitacídea, da ignorância travestida de erudição.

Quando notamos que a maioria das escolas e dos grupos depende em algum grau desse deslumbramento — e há graus saudáveis, é claro –, compreendemos por que são raros os professores dispostos a declarar a própria inutilidade e a reafirmar valores tão fundamentais como svecchacara (agir conforme a própria vontade).
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